domingo, 1 de julho de 2012

Coluna Musical - Invasão Britânica (1 de 3)

  Nesta edição do Coluna Musical você verá de onde surgiu essa tal invasão e até qual ponto ela ainda nos influencia.
  No início dos anos 60, o Rock americano andava meio mal das pernas. Isso não por falta de talentosos músicos como Elvis Presley, Roy Orbison e Chuck Berry, mas sim por uma falta de criatividade de boa parte dessa safra americana de artistas, o que fez com que a própria mídia do território norte-americano passasse a desacreditar nos novos músicos surgidos. Mas algo começou a acontecer neste meio tempo: certas bandas começaram a fazer grande sucesso nos Pubs ingleses e a '' terra da rainha '' passou a chamar a atenção de olhares americanos que buscavam uma inovação agradável para suas rádios. Logo logo, a atenção das garotas e dos nada sociáveis críticos se dirigiria ao '' recém-nascido'' The Beatles, que em 1964 causaria enorme alvoroço com sua primeira ida aos E.U.A. A banda já havia explodido na Europa com o hit '' I Wanna Hold your Hand '' de 63, e com a participação no programa de TV Ed Sullivan Show em 64 já nas terras do Tio Sam, a imprensa noticiou o novo fenômeno que mudaria para sempre a história da música e da cultura Pop: A Beatlemania.


  A partir do ano de 1964 a Invasão Britânica tomou conta de toda a América e teve grande impacto nas paradas musicais. Outro notável fato, é o de que esse mesmo movimento seria responsável por uma mudança no tipo de compasso e melodia de todo tipo de Rock surgido a partir dali, não era mais aquele Rock and Roll sulista, puxado para o Country ou para o Blues, agora o Rock tinha cara própria e a partir daí se dividiria em incontáveis sub-gêneros. 


  Se engana quem pensa que este foi um movimento exclusivamente dos Beatles, a Invasão Britânica trouxe The Animals com House of The Rising Sun em 64,The Kinks com You Really Got Me também de 64, The Hollies com Bus Stop em 66, The Who com The Kids Are Alright e My Generation de 66, Rolling Stones com I Can't Get No (Satisfaction) em 67 e diversos outros artistas.
  Na próxima edição nos aprofundaremos mais nos grupos e músicos vindos do Reino Unido e qual o impacto disso para toda a música mundial. 


Álbuns Recomendados(até 1966):
With The Beatles - The Beatles (1963)
You Really Got Me - The Kinks (1964)
Stay With the Hollies - The Hollies (1964)
Help! - The Beatles (1965)
Fairytale - Donovan (1965)
For Your Love - Yardbirds (1965)
The Who Sings My Generation - The Who (1965)
Rubber Soul - The Beatles (1965)
Hold On ! - Herman's Hermits (1966)

Banda da Semana - Vanguart

  Na sessão Banda da Semana, falaremos desta vez de um dos grandes nomes do atual cenário do Rock Nacional brasileiro, o Vanguart ! 
  Formado em 2002 em Cuiabá pelo vocalista Hélio Flanders, o grupo se tornou mais reconhecido pelo sucesso da música '' Semáforo '' do álbum homônimo lançado em 2007. Segundo o próprio Flanders, o projeto Vanguart inicialmente era uma proposta solo do músico, que gravou em sua casa dois discos que nunca foram lançados, apenas distribuídos para amigos próximos. Algumas das músicas gravadas por Hélio aparecem no EP Before Vallegrand de 2005.


  O grande estouro na cena independente veio com o álbum '' Vanguart '' de 2007, trazendo uma leva de boas melodias e letras bem ao estilo Folk Rock. A partir daí, a banda se tornou referência à bandas do mesmo estilo e sonoridade principalmente na região Sudeste do país, onde o Vanguart está sempre presente em apresentações e festivais tendo sido inclusive extremamente elogiado pela performance na Virada Cultural de São Paulo em 26 de Abril de 2008. Em 2011, o grupo lançou o CD e DVD '' Multishow Registro Vanguart ''  e o disco de estúdio '' Boa Parte de Mim vai Embora '' e vem conquistando cada vez mais fãs pelo território brasileiro.

domingo, 15 de abril de 2012

Resenha Bob Dylan - Highway 61 Revisited


  Aproveitando a vinda do cantor americano Bob Dylan ao Brasil, essa semana nossa resenha será destinada a um dos discos mais célebres da história, o'' Highway 61 Revisited '', gravado em 1965 e dado como um dos melhores álbuns da história da música.


  O disco começa com '' Like a Rolling Stone '' que dispensa qualquer apresentação, já que além de conhecida mundialmente também foi eleita pela revista Rolling Stone (coincidentemente levando parte do nome da canção) como a melhor música da história. Depois de uma abertura em tanto vem a já conhecida Tombstone Blues, grande clássico da carreira de Dylan que divide muitas opiniões, já que com o tempo essa música pode vir a se tornar longa e cansativa. A seguir vem '' It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry '' boa faixa, com um ritmo e letra bem ao estilo Country. '' From a Buick 6 '' anima o disco com a base típica do Rock n' Roll anos 50, com direito a um solo de gaita, que substitui muito bem qualquer solo de guitarra e ainda dá um toque que só Bob Dylan dá à suas músicas ! A quinta faixa '' Ballad of a Thin Man '' é uma das melhores do álbum com uma pegada Blues que torna a música quase melancólica porém ótima. Outra clássica de Dylan vem agora, ''Queen Jane Approximately '', letra e melodia encaixados perfeitamente numa harmonia boa de se ouvir, um lado menos Folk e mais Rock anos 60 do cantor. A faixa-título não decepciona e traz novamente o lado anos 50, '' Highway 61 Revisited '' pode vir a lembrar alguns mestres como Chuck Berry e Little Richard. As duas últimas encerram o álbum do melhor modo possível com arranjos e letras memoráveis nas canções '' Just Like Tom Thumb's Blues '' e a clássica '' Desolation Row ''. 
  Pode-se perceber uma diferença deste disco com relação aos anteriores de Bob Dylan, já que '' Highway 61 Revisited '' foi o primeiro do músico gravado totalmente com uma banda de apoio, que por sinal fez a diferença com destaques a Alan Kooper e Paul Griffins que ficaram responsáveis pelos teclados, um ótimo trabalho. Enfim, apesar de ter sido crucificado pelos puritanos do Folk na época de seu lançamento, ' Highway 61 Revisited '' é uma obra-prima do mestre Dylan, com sua voz típica, suas letras belíssimas, seu violão sempre mantendo a simplicidade e sua gaita magnífica que traz a marca do cantor em suas músicas !


Nota 9,5 de 10

História Musical - Indie Rock (4 de 4)



  Chegamos a última parte do nosso História Musical - Indie Rock ! Na etapa final, falaremos sobre o maior expoente do Rock Alternativo britânico dos últimos anos, os Arctic Monkeys. A banda foi formada na cidade de Sheffield, Inglaterra em 2002 e rapidamente conseguiu um alto índice de sucesso de críticas e venda. Seu primeiro álbum  ''Whatever People Say I Am, That's What I'm Not''  se tornou o disco de estreia mais vendido da história do Reino Unido, tendo uma recepção calorosa da crítica.


  Com muita expectativa dos fãs, em 2007 foi lançado o segundo do grupo, '' Favourite Worst Nightmare '', que renderam a banda 2 prêmios na Brit Awards 2008, de melhor banda e melhor álbum. Com este disco, os Arctic Monkeys desenvolveram fama por todo território europeu e americano, fazendo com que o Indie rock, que a crítica tanto esperava e cobrava dos grupos britânicos, ressuscitasse e estourasse por todo mundo. Em sequência o terceiro álbum ''Humbug'' não agradou tanto como os dois primeiros mas lançou um novo hit para a banda, a música '' Crying Lightning ''. Seu último disco '' Suck it See '' mostrou um lado diferente, porém original do grupo. 
  O Arctic Monkeys acabou sendo responsável pela volta do Indie Rock nas paradas musicais de todo o mundo nos anos 2000. Algumas bandas como The Libertines e The Strokes que inauguraram a cena alternativa musical do novo milênio estavam praticamente paradas no tempo, nenhum grande sucesso ou hit. Graças ao disco de 2006, ''Whatever People Say I Am, That's What I'm Not''' , o Rock britânico pôde se reerguer, inspirando várias bandas de garagem a saírem de suas casas para o sucesso. A partir daí temos a nossa nova geração do Indie Rock, com o bom e velho sotaque inglês de sempre ! 





domingo, 25 de março de 2012

Coluna Musical - Power Trios (2 de 2)

 Na segunda e última parte do Coluna musical - Power Trios, falaremos a respeito dos grupos de três integrantes que estiveram presentes no cenários musical dos anos 80 e anos 90.


 No fim da década de 70, os grupos de Rock Progressivo que haviam explodido até aproximadamente 1975 estavam em estado de declínio popular, já que o Punk Rock de bandas como Ramones, The Clash e Sex Pistols estavam dominando as paradas musicais. A música Disco também havia virado febre entre os jovens da época, fazendo com que o Rock tivesse radicais mudanças na década de 80, se dividindo em diversos subgêneros e mudando o padrão de formação ou de melodia em suas músicas. Com tantas mudanças por quais a música estava passando, alguns trios se destacaram nesse meio tempo, como é o caso do The Police. O grupo formado por Sting (baixo e vocal), Andy Summers (guitarra), Stewart Copeland (bateria) seria a grande inovação com relação aos trios anteriores, popularizando um estilo não muito conhecido entre o público europeu denominado '' Ska '', uma mistura de Reggae e Música Americana (Rhythm and Blues, Rock, etc), o que não pegou, já que apenas o The Police atingiu um alto índice de vendas dentro do estilo. 


O grupo se dissolveria em 1985 devido a algumas brigas entre os membros da banda. Na outra metade dos anos 80, o Rush continuaria sua onda de sucessos, sendo o único Power Trio a vigorar bem até os anos 90. No Brasil com a onda do Rock Nacional, Os Paralamas do Sucesso e a Legião Urbana seriam os nossos melhores representantes em relação aos trios de Rock.


Com os anos 90 viria o grande fenômeno do Grunge e com ele o maior fenômeno musical da década, o Nirvana. Com um som rasgado e cru, o Nirvana conquistaria fãs pelo mundo inteiro, mas não duraria muito, já que em 1994 seu líder e vocalista Kurt Cobain, cometeria suicídio. A partir daí, os trios nunca mais conseguiram atingir um grande sucesso até porque a mídia dos anos 2000 daria prioridade ao Pop, tornando o Rock um estilo extremamente diversificado com relação aos seus subgêneros e também ao seu processo de formação !




Álbuns Recomendados:
Reggatta de Blanc - The Police (1979)
Daylight Again (1982) - Crosby, Stills & Nash
Synchronicity - The Police (1983)
Hunting High and Low - A-ha (1985)
Selvagem ? - Os Paralamas do Sucesso (1986)
Dois - Legião Urbana (1986)
As Quatro Estações - Legião Urbana (1989)
Nevermind - Nirvana (1991)
Wolfmother - Wolfmother (2005)

sábado, 3 de março de 2012

Coluna Musical - Power Trios (1 de 2)

O Música de Garagem está com mais uma novidade, a sessão Coluna Musical, que trará histórias sobre as origens de determinado assunto, sempre envolvendo música. Para iniciarmos bem a nova sessão falaremos de um assunto bem interessante, os Power Trios do rock.


  Para começar, no que se baseia um Power Trio ? Bom, este é o nome dado aos conjuntos que decidiram abandonar a formação clássica de quatro ou cinco membros de forma ousada, formando uma banda com apenas três integrantes. Não se pode ter certeza de onde surgiu ao certo, mas pelo que se sabe, o Cream (formado em 1966) foi o precursor deste revolucionário '' movimento '' artístico. O grupo foi formado por Jack Bruce (vocal e baixo), Eric Clapton (vocal e guitarra) e Ginger Baker (bateria), quando os mesmos se encontravam aos finais de semana para usar drogas e escutar Jazz. Tais encontros influenciaram Clapton a deixar o grupo Yardbirds que segundo ele estava tomando rumos contrários ao de sua pretensão com um grupo de rock.


  O Cream durou até 1970, e causou alvoroço entre os jovens britânicos com sua formação fora dos padrões, a habilidade excepcional dos músicos, e o som psicodélico. Na mesma época do Cream outro Power Trio explodiu na Inglaterra, era o Jimi Hendrix Experience trazendo três incríveis músicos para uma mesma banda (Jimi Hendrix, Noel Redding e Mitch Mitchell), popularizando o novo estilo de formação no meio Blues-Rock no Reino Unido e também nos E.U.A.
 
  Com o fim do Cream e a morte de Jimi Hendrix, o ''movimento'' cresceu no meio do rock, trazendo memoráveis trios no início dos anos 70, tais como o Rush e Emerson, Lake & Palmer que seguiram por caminhos ainda mais ousados e decidiram fazer Rock Progressivo com três integrantes, o que não era normal, já que a maioria dos grupos desse estilo se baseavam em enormes conjuntos e bandas de apoio.
  O novo modelo de banda havia se tornado sinônimo de '' habilidade '' nos instrumentos, já que além de três integrantes terem de desempenhar o papel de quatro, os trios da década de 60 e 70 revelaram talentosos músicos como Alex Lifeson, Neil Peart, Ginger Baker e Mitch Mitchell que não se contentavam em serem a '' base '' para seus vocalistas e criaram memoráveis solos de bateria e guitarra.




Na próxima edição veremos a continuação dos trios ! ;D


Álbuns Recomendados:
Are You Experienced (1967) - Jimi Hendrix Experience
Disraeli Gears (1967) - Cream
Band of Gypsys (1970) - Jimi Hendrix com Billy Cox e Buddy Miles
Brain Salad Surgery (1973) - Emerson, Lake & Palmer
Fly By Night (1975) - Rush
Spartacus (1975) - Triumvirat
A Farewell to Kings (1977) - Rush
Moving Pictures (1981) - Rush
The Division Bell (1994) - Pink Floyd como trio (David Gilmour, Nick Mason e Rick Wright)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

História Musical - Indie Rock (3 de 4)


  Chegando agora a terceira parte do ''História Musical Especial Indie Rock'', falaremos de um dos maiores fenômenos da música alternativa britânica, o Oasis. Formado em 1991, só lançou seu primeiro álbum em 1994, sendo um enorme estouro no cenário britânico, que estava abatido devido a onda do Grunge nos Estados Unidos com o Nirvana e o Pearl Jam.



  O primeiro álbum, '' Definitely Maybe '' deu o início ao novo movimento musical denominado Britpop que levaria a música britânica ao topo em todos os quesitos como só visto nos anos 60, na invasão britânica no rock n' roll (de origem americana) com os Beatles, The Who, The Rolling Stones entre outros. O fato é que o movimento só ganharia fama em patamar mundial com o segundo álbum da banda '' (What's the Story) Morning Glory ? '' que tornou o Oasis um dos maiores fenômenos do rock dos anos 90 explodindo com os hits '' Don't look Back the Anger '' e '' Wonderwall '' e fazendo o segundo álbum da banda o terceiro mais vendido de sempre no Reino Unido atingido marcas respeitáveis de venda. A explosão do Oasis em 1995 resultou em shows ao redor do mundo e até mesmo um MTV Unplugged que mostrou publicamente o descontentamento de Liam Gallagher (vocalista) com seu irmão Noel Gallagher (guitarrista e vocalista) que teve de se apresentar cantando todas as músicas, já que Liam alegou na época ter tido problemas na garganta, fato logo depois desmentido, quando a banda descobriu que o vocalista assistiu ao concerto na TV de um pub com charutos e cervejas. O álbum de estúdio seguinte '' Be Here Now '' de 1997 aumentou a popularidade do Oasis, porém mostrou um lado mais Pop da banda, o que decepcionou muitos fãs da fase inicial da banda, o sucesso acabou resultando na primeira coletânea da banda '' The Masterplan '' de 1998. Um som mais plástico e abstrato veio com '' Standing on the Shoulder of Giants '' que surpreendeu boa parte da crítica por ser um álbum diferenciado dos demais lançados até então pelo Oasis. 
   Após um show desastroso no Rock in Rio de 2001, o Oasis se preparava para lançar o álbum ''Heathen Chemistry'', as gravações desse álbum foram marcadas de muitas brigas entre os encrenqueiros irmãos Gallagher. Apesar da boa recepção dos fãs para com o álbum, o Oasis começou a perder popularidade para as outras bandas que começavam a crescer, tais como The Strokes e The Libertines.
  Em 2005 veio o sexto disco da banda '' Don't Believe the Truth '' que lançou o hit '' Lyla '' da banda, porém, não conseguiu números de vendas comparáveis aos 2 primeiros álbuns da banda. 
  Já numa grande crise entre os irmãos Gallagher o álbum ''Dig Out Your Soul'' que trouxe boas músicas veio para encerrar as atividades da banda que deixou um impressionante legado em números e é claro em qualidade, o Oasis foi responsável pela explosão da música alternativa nos 90 mas também pelo seu declínio, assunto que veremos nas próximas edições aqui no Música de Garagem !