domingo, 12 de fevereiro de 2012

Resenha U2 - The Joshua Tree


Antes de tudo, queria deixar bem claro que tenho uma grande admiração pelo trabalho desses irlandeses: numa época em que o Classic Rock era definido por guitarristas rápidos, The Edge mostrava que isso não era necessário para se fazer boa música. Baterias complexas? Larry simplesmente acompanhava a música de forma impar e original. Assim como Adam Clayton, que colocava toda a emoção da canção em simples linhas de baixo.  E Bono, mesmo com suas limitações, não deixou isso ser um obstáculo: esbanjava carisma, conquistava toda uma platéia e demonstrava toda a sua genialidade como letrista do U2.
Pois bem, no ano de 1987, a banda chega ao seu auge, lançando o álbum The Joshua Tree. Considerado por muitos a ‘obra-prima’ da banda, o trabalho faz jus a fama. Um som maduro, totalmente original e consistente: você pode ouvi-lo por inteiro sem cansar.





A clássica Where The Streets Have No Name abre o disco e dispensa comentários. Se você assistir a algum show da banda, perceberá que ela marca o ponto alto da apresentação, deixando a platéia eufórica. Não é para menos: metade do tempo gasto para a produção do Joshua Tree fora em Streets.
Em sequência, temos um dos maiores hits da banda, I Still Haven’t Found What I’m Looking For. Simples? Sim, porém irresistível.  O riff caracterísrico de Edge e a bateria genial de Larry marcam a levada da canção, que foi #1 na Billboard Hot 100. A letra apresenta uma profunda reflexão espiritual de Bono, também muito interessante de se analisar.
Seguimos com a apaixonada With or Without You. Em uma base simples, de quatro notas, tudo parece se encaixar perfeitamente: a guitarra soa de maneira infinita (que Bono julgava ser um tanto ‘estranha’ para a época), a linha de baixo juntamente a percussão criam uma atmosfera um tanto romântica: ‘a pulsação de um coração’. Mais um hit da banda que atingiu o #1 na Hot 100.


Bullet The Blue Sky mostra a capacidade da banda de produzir um bom e velho Rock n’ Roll, ainda que faltem guitarras mais pesadas. Mas foi o suficiente para chamar a atenção até dos brasileiros do Sepultura, que gravaram um cover. Já Running to Stand Still faz um contraste espetacular: um tanto quanto reflexiva, é basicamente constituída por um simples instrumental de piano e uma excelente performance de Bono.
As duas faixas seguintes não são tão conhecidas, embora também mereçam destaque: Red Hill Mining Town mostra o U2 fazendo o que sabe de melhor: boa música. Riff marcante com um refrão épico, exigindo o máximo da voz do Sr. Paul Hewson.  In God’s Country chama a atenção pela guitarra rápida de Edge, canção muito presente nas apresentações da época.
Após a folk e um pouco sem sal Trip Through Your Wires, mais um clássico: One Tree Hill. A canção foi um hit na Nova Zelândia e chegou rapidamente ao topo dos charts de lá. Exit apresenta inicialmente um clima obscuro, que vai evoluindo até culminar em uma guitarra nervosa, mas apresenta alguns efeitos desnecessários (a versão ao vivo é muito superior). O álbum se encerra com Mothers of the Disappeared, que apesar de possuir todo um contexto social envolvido, não está à altura do álbum.
Sem dúvidas, um grande trabalho da banda, que se mostra quase impecável. Mas se você for adepto apenas ao clássico Rock n’ Roll, é muito provável que ache tudo isso sem graça. 


Texto de Guilherme Lima


1 -Where the Streets Have No Name 
2 -I Still Haven't Found What I'm Looking For 
3 -With or Without You  
4 -Bullet the Blue Sky 
5 -Running to Stand Still  
6 -Red Hill Mining Town  
7 -In God's Country  
8 -Trip Through Your Wires  
9 -One Tree Hill  
10 -Exit  
11 -Mothers of the Disappeared  



Nota 8,5 de 10



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